Poemas (III): Maria da Graça. Terra dos nomes perdidos, de Karinna Alves Gulias


Do 15 de febreiro ao 15 de marzo do 2009 estiven en Monsanto e Coimbra dentro do Programa “Poetas em Residência”, que organiza o Grupos de Estudos Angloamericanos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e que coordina a profesora Graça Capinha. Nesa estadía coñecín os poetas brasileiros Márcio André, con quen experimentei a poesía sonora, e Karinna Alves Gulias (de apelidos ben galegos os dous). Karinna vén de anunciar aos amigos como novidade o seu primeiro “livro autoral de poesia” que saíu agora fresquiño do forno, publicado pela editora Multifoco. Velaquí no blogue da autora a lapela, ou como din os brasileiros “orelha”, e as palabras coas que o poeta Marcelo Ariel interpreta a poesía da autora. Eu xa tivera a sorte de ler estes versos naquel mes de marzo do 2009, cando Karinna me fixo chegar o seu libro Maria da Graça. Terra dos nomes perdidos inédito nesa altura. Daquela versión rescato agora o poema inicial.
Parte I – A Primeira História
Uma mãe feita para criar bois [espelhados],
administrar a base da terra para a permanência.
Fez um filho com a massa negra da noite.
Uma mãe feita para criar bois [gigantes]
e aumentar a sua sombra.
Acendeu velas
para o dia em que seria dona de cria.
Com o movimento,
seu nome se mudou para outra casa;
pertence a outro número. A outro ofício.
Na mudança:
— De todos os rios por que passou,
ficou-lhes terços de seu cabelo, agora branco,
como espuma de mar.
À noite os rios a visitavam e derramavam
transparências em seu peito. De seu ventre, então,
nasceram cabelos de estrelas e espumas de mar. —
Mais uma vez seu nome foi mudado de casa,
até a vontade se retrair.
Seus cabelos caíram e o nome passou a ser:
poca sombra
e por fim
Nasceu um menino.

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