Monsanto, a aldeia de pedra


Máis unha vez retornei a Monsanto, “a aldeia mais portuguesa de Portugal“, na que o escritor portugués Fernando Namora achou inspiración para dúas das súas obras, Retalhos da Vida de um Médico e A Nave de Pedra. Desta volta nunha viaxe de lecer con Mar, mais aló estivera por vez primeira do 15 de febreiro ao 15 de marzo do 2009 (agás uns días en Coimbra) cando fun convidado dentro do Programa “Poetas em Residência”, que organiza o Grupos de Estudos Angloamericanos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e que coordina a profesora Graça Capinha. E a este fermoso Monsanto haberá que voltar!
No entanto, un poema de Fernando Namora que talvez se inspirase alí.
Terra
Onde ficava o mundo?
Só pinhais, matos, charnecas e milho
para a fome dos olhos.
Para lá da serra, o azul de outra serra e outra serra ainda.
E o mar? E a cidade? E os Rios?
Caminhos de pedra, sulcados, curtos e estreitos,
onde chiam carros de bois e há poças de chuva.
Onde ficava o mundo?
Nem a alma sabia julgar.
Mas vieram engenheiros e máquinas estranhas.
Em cada dia o povo abraçava outro povo.
E hoje a terra é livre e fácil como o céu das aves:
a estrada branca e menina é uma serpente ondulada
e dela nasce a sede da fuga como as águas dum rio.

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