

“Somos todos um povo. Provavelmente um só homem.” Sebastião Salgado
“Para alguns, sou fotojornalista. Não é verdade. Para outros, sou um militante. Tampouco. A única verdade é que a fotografia é minha vida. Todas as minhas fotos correspondem a momentos intensamente vividos por mim. Todas existem porque a vida, a minha vida, me levou até elas.”
Sebastião Salgado, em “Da Minha Terra à Terra”, de Isabelle Francq. São Paulo: Paralela, 2014.
“Não trabalho com a miséria, mas com as pessoas mais pobres. Elas são muito ricas em dignidade e buscam, de forma criativa, uma vida melhor. Quero com isso provocar um debate. A nossa sociedade é muito mentirosa. Ela prega como sendo única a verdade de um pequeno grupo que detém o poder.”
Sebastião Salgado
Sempre adorei as imaxes fotográficas (tan narrativas e poéticas a un tempo) do documentalista brasileiro Sebastião Salgado (Aimorés, 8 de febreiro de 1944 – París, 23 de maio de 2025), imaxes que mesmo inspiraron hai case tres décadas o poema “Fotoxornalismo (Sebastião Salgado)”, logo inserido no meu libro Equinoccio de primavera (Ferrol: Sociedade de Cultura Valle Inclán. Accesit do Premio Esquío, 1998) e que recupero nesta anotación breve como homenaxe ao seu legado.
FOTOXORNALISMO (Sebastião Salgado)
Tenochtitlán, Itzacoalt, Moctezuma,
a vosa voz imprégname a retina
co rostro alto de América Latina,
que nace do silencio, que avoluma
nunha luz de palabras que me aluma.
A afirmación do amor non se domina
e nunca morre cando se asasina
senón que nace e medra como escuma.
A utopía constrúese hoxe en Chiapas,
subcomandante Marcos, indios, serra
Lacandona, na selva dos sem terra,
nos pratos de feixóns, de arroz ou papas,
noutras rexións do mundo e noutros mapas,
lonxe e preto, que nós somos fisterra.