Estrea do filme Florbela, de Vicente Alves do Ó


Un dos soñados 8 de marzo, Día Internacional da Muller Traballadora, podería ser o de asistirmos nesa data á estrea dun filme galego e realizado na nosa lingua sobre a época e a biografía de Rosalía de Castro. Vén isto a conto de que leo no portugués Diário de Notícias que este 8 de marzo foi a estrea da película Florbela, realizada por Vicente Alves do Ó e protagonizada por Dalila Carmo. O filme «é o retrato de um tempo em que a poetisa Florbela Espanca deixou de escrever e procurava inspiração em Lisboa, no começo do século XX, a braços com uma separação e um novo casamento». Chegará onda nós esta película? Teremos que nos deslocar a Portugal? Ou haberá que esperar até o próximo Cineuropa?
Non é a única nova sobre a poeta (aborrecemos a palabra poetisa, que soa a minusvalorozación por moito que sexa do agrado da RAE), xa que a Editorial Presença continúa a reunir a totalidade da súa obra «num conjunto de quatro volumes onde se pode reencontrar um universo poético, ficcional e epistolar». A colección «Obras de Florbela Espanca», organizada por José Carlos Seabra Pereira, chegou xa ao terceiro tomo. Velaquí o proxecto editorial:
Obra Poética – Volume I (Setembro de 2009). Este primeiro volume das Obras de Florbela Espanca inclui os três livros de poesia que, entre outros projetos concebidos pela escritora, não só foram por ela preparados para publicação, mas também conduzidos até à edição que, embora sujeita a contingências, ficou legitimada pela sua vontade de autora: Livro de Mágoas, publicado em 1919, Livro de Soror Saudade, dado a lume em 1923, e Charneca em Flor, que saiu do prelo em Janeiro de 1931, logo após a morte da poetisa.
Obra Poética – Volume II (Março de 2010)
O segundo volume das Obras de Florbela Espanca inclui a produção literária de Trocando Olhares, o grande caderno manuscrito que engloba 145 textos da produção poética (e três contos) de Florbela Espanca nos anos de 1915, 1916 e 1917, em parte publicada pela autora em periódicos e em parte inédita à data da sua morte; Reliquiae, um conjunto de 28 poemas, sensivelmente da época de Charneca em Flor, coligidos postumamente e publicados pela primeira vez em 1931; e alguns poemas esparsos.
Contos – Volume III (Outubro de 2011)
Este terceiro volume das Obras de Florbela Espanca inclui os livros de contos, publicados postumamente – As Máscaras do Destino (1931) e O Dominó Preto (1982) – e ainda em apêndice quatro textos da juventude da autora: «Mamã!» (1907), «A Oferta do Destino» (1916), «Amor de Sacrifício» (1916) e «Alma de Mulher» (1916).
Correspondência – Volume IV – ainda sem data de publicação.
A min sempre me interesou a poesía de Florbela Espanca, nomeadamente os seus sonetos que teño na miña biblioteca persoal nesa edición de bolso de Publicações Europa-América, facendo parte dunha colección da que hai moitos volumes nos andeis da casa. Era a mellor maneira de achegarse aos clásicos portugueses cando un era estudante e non podía gastar moito diñeiro en libros.
Para lle dar cabo a esta homenaxe a Florbela Espanca, déixovos co seu soneto «Desejos vãos», do seu Livro de Mágoas (1919) na fermosa voz de Mariza que lle fai xustiza a estes versos con música de fado tradicional:
Desejos vãos
Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!
Eu queria ser o Sol, a luz intensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte!
Mas o Mar também chora de tristeza…
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!
E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as Pedras… essas… pisa-as toda a gente!…

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3 respostas a Estrea do filme Florbela, de Vicente Alves do Ó

  1. VIAJERAZUL di:

    precisamente onte, que casualidade, cando cheguei a casa, tiña no buzón un libros de 6 relatos de Florbela Espanca titulado O dominó preto, pero en castelán, mágoa que non sexa en portugués, pois son suscriptora dunha colección de libros escritos por mulleres esquecidas ao longo da historia. Está prologado por María Tecla Portela Carreiro que traduciu entre outros a Viale Moutinho ou Eca de Queiroz

  2. VIAJERAZUL di:

    ¿por que será que, coma neste caso,a meirande parte dos/as artistas e escritores/as de grandísima calidade son infravalorados e esquecidos en vida? ¿por que só se valoran postumamente? eu certamente teño moitas respostas, pero que sexa o leitor o que recapacite
    saudiño!

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