Poemas (LXXVIII): «Sonhando danças, vígil, marcas passo», de Daniel Jonas

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O sonetario , da autoria de Daniel Jonas (Porto, 1973. Mestre em Teoria da Literatura e tradutor), foi distinguido por unanimidade co «Grande prémio de poesia Teixeira de Pascoaes» da Associação Portuguesa de Escritores (APE) e o patrocínio da Câmara Municipal de Amarante (CMA).
A obra foi publicada pola editora Assírio & Alvim em 2014 e os restantes cinco finalistas foron O Fruto da Gramática, de Nuno Júdice (Dom Quixote), Escuro, de Ana Luísa Amaral (Assírio & Alvim), Jóquei, de Matilde Campilho (Tinta da China), Ritornelos, de Joana Emídio Marques (Abysmo) e A Misericórdia dos Mercados, de Luís Filipe Castro Mendes (Assírio & Alvim).
Na acta do xúri pódese ler: «Pelo mérito muito assinalável do seu trabalho poético, que convoca a tradição lírica ocidental para uma recomposição textual lúcida e fortemente irónica, cosmopolita, atenta aos lugares e tempos de um presente recolhido e transfigurado». Porén, o que a min máis me sorprende, moi gratamente, é o feito de teren premiado un libro de sonetos ou sonetario, algo que nesta altura é moi difícil, por non dicir imposible, que aconteza nos certames poéticos que se convocan na literatura galega.
Nunhas breves declaracións ao xornal portugués Público, o poeta Daniel Jonas sinalou que: «Foi uma surpresa porque não sabia sequer que estava nomeado», destacando a curiosidade de os dois livros que escreveu em sonetos ( e Sonótono) serem as suas únicas obras premiadas até agora. «Eram os cavalos em que não apostaria», brinca o autor, admitindo que a escrita em sonetos «é uma área difícil que coloca desafios interessantes mas mais complexos».
Velaquí o quinto soneto de (Assírio & Alvim, 2014):
Sonhando danças, vígil, marcas passo.
Vivendo dormes, vives se adormeces
Na caixinha de música em que esqueces
Como um velho sobre o éter do bagaço.
Oh, em ti rodopias, pobre piasca,
Que sonhas teu compasso visionário,
A falsa valsa, o baile imaginário
Nos clássicos salões da tosca tasca.
E abraços tantos são em que te abraças
Que em sonhos lasso o abraço lhe prolongas;
Em aguardente imerso o capitão
Assim aceita os braços de outras braças.
A vida… Porque nela te delongas?
A vida cabe toda num caixão.

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